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Rio, Brazil
Oi, eu sou um ilustre desconhecido da mídia náutica, não dei nenhuma volta ao mundo, o máximo que já fiz foi navegar umas 400 milhas entre o Rio e Ilha Bela e arredores num Veleiro pequeno. Minha intenção é facilitar o entendimento da navegação para todo aquele que suba à bordo de qualquer embarcação. Este é o primeiro passo antes de entrar em um Curso de Navegação antes de se submeter às provas da Capitania para Habilitação de Amador. Portanto, se você quer aprender algumas coisas sobre navegação de maneira simples, ou vez por outra cambar pra bombordo em alguma tentativa de poesia: Seja Bem Vindo à Bordo!!! elmoromao@gmail.com

26/01/2011

Nós e Voltas 1

Vira e mexe nós estamos à voltas com nós e voltas...
pois é, nós precisamos saber fazer nós para a aplicação correta!!!
Na prática do dia a dia em navegação usamos uns 3 ou 4 tipos diferentes de nós, mas vamos entender um pouco de segurança, pois um nó sempre enfraquece bastante o cabo quando sob tensão, enquanto as voltas enfraquecem menos; dou um exemplo: o nó cego, ou meia volta enfraquece quase a metade da resistência que um cabo possui à tração, se é metade ou 40% a precisão não importa, pois cabos de segurança, na miha opinião, devem sempre estar sobre-dimensionados; entenda-se: cabo de segurança para linha de vida, cabos de adriça, amarras para fundeio e por aí vai. Os nós mais comumente usados são: Lais de Guia, Volta do Fiel, ou Fiel simplesmente; nó de Escota Dobrado, Oito e nó de Aboçadura

Um nó pode ser "simples" ou "dobrado" eu costumo dizer que sempre uso a variante dobrada, pois certamente oferece mais segurança. Existem nós para escalada em montanha, nós de pescaria e um avariedade que se aplica melhor em cada caso; nós que se auto apertam (nós constritores), nós que são fáceis de se desfazer (Lais de Guia), nós que são extremamente difícil de serem desfeitos (Pescador Dobrado); na prática você deve ter em mente qual o tipo de trabalho que irá executar e como o cabo vai se comportar no trabalho. Cito um exemplo, a UIAA (uma associação internacional de montanhismo) há algum tempo definiu como seguro o Lais de Guia, mas recentemente aboliu-o, pois defaz-se com facilidade em trabalhos cuja carga fica frouxa ao longo do trabalho como uma descida de rapel em montanha onde você vai saltando em vez por outra para em um platô e deixa a corda frouxa (eu disse corda, porque em montanhismo o termo é esse: corda); portanto você DEVE saber qual é a finalidade do nó, qual o esforço que ele vai ser submetido e se você irá precisar destá-lo rapidamente ou não.

O fato de você saber se um nó deverá ser desatado rapidamente ou não poderá significar sua sobrevivência (ou de outrem) ou evitar uma tragédia material na perda de uma embarcação; certa vez participei de um meio "resgate" de um barco onde era necessário rebocar outro barco e soltá-lo para que ele pudesse velejar rapidamente e não ser rebocado velozmente, pois o rebocador tinha uma avaria no motor e não conseguia andar em baixa velocidade, bastava somente sair da situação de risco e se liberar rapidamente; advinha o que ocorreu, o marinheiro havia dado um nó de Pescador e a manobra que era para ser simples tornou-se complicadíssima só porque não se conseguia no tempo em que o rebocador fazia a curva para afrouxar o cabo rapidamente. Outro ponto MUITO IMPORTANTE é saber se o nó a ser dado pode estrangular ou não, cito um exemplo triste e fatal ocorrido na pedra da Gávea onde um casal escalava e ia descer a face até a "passagem dos olhos", o nó dados foi um nó de correr com um lais de guia sobre a corda principal; resultado: a garota escorregou e largou todo o seu peso na corda que a estrangulou o peito, impedindo-a de respirar...

Na continuação vou colcar uns links interesantes e muito fáceis de aprender a dar nós e voltas.
Até lá!!!
Grande Abraço!!!
Elmo