É como eu já disse antes: às vezes é preciso cambar pra Bombordo!
Faz bem pra alma, exercita o espírito e, como é bombordo, massageia o coração que é do lado esquerdo... se fosse Boreste seria o lado direito.
Acho que todo navegador sempre "Camba pra Bombordo", do contrário seria pedestre, não há como estar no mar sem sentir alguma coisa do lado esquerdo, mesmo que seja medo de não continuar a boiar; no fundo são coisas de quem está no mar, coisas de Barco, coisas de quem está na água.
No fundo a verdade é uma só: viemos da água, vivemos da água e, como somos feitos de água, voltaremos pra ela, mesmo que alguns digam que voltaremos ao pó!
Como PÓde se ainda me lembro quando mãe cantava e o som parecia tênue, quase uma penumbra de translúcido destorcido pela água? Como PÓde voltar ao PÓ se da água viemos? Você lembra?
Você lembra daquela água quentinha que não fazia barulho porque era impossível algum ar estar ali?
Você sabe que aquela água, aminiótico líquido, era só pra nos acalentar e materializar em nós a força de vencermos uma inércia nos nossos próprios movimentos de se expandir, se espreguiçar de preguiça num esticar de braços e pernas, quase um querendo sair... você lembra? Era tudo água pra deixar brando os movimentos, brando o som, branda a claridade e inerte os nossos pulmões. Era tudo água, e foi ela quem primeiro veio ao mundo. No teu nascer foi a água quem primeiro viu o oxigênio do mundo, depois, te chamando pra fora te inundou de ar! Oxigênio e alma aproveitaram pra te dar nome e sobrenome, nascemos num grito! Talvez fossem 2 gritos: um de alegria e outro de espanto! Foi a água quem te trouxe ao mundo!
Agora, nessa alma irrequieta, busca de novo o teu elemento vital: água de quem fui, pra água voltarei!
Você lembra? Géia, agora me vou, porque Cronos somos todos nós e tu és nossa Deusa, posto que o planetinha azul é todo Água!
Pra todas as Géias o meu braço tão amplo quanto o meu abraço!
Pra todas as Géias, mães que são, toda a água salgada que escorre dos meus olhos na tentativa de te devolver uma gota da qual nos criaste.
Parabéns Mãe minha, a tua, e que um dia na água salgada dos mares, ou aquela tão doce filtrada na pedra, possamos lembrar das cantigas que nos ensinaram a boiar mesmo sem ter tido, ainda, nome.
Parabéns Géia, Mãe minha, tua, e de todos nós!!!
Abraço Grande!!!
Elmo
Abraço Grande!!!
Elmo