Quem sou eu

Minha foto
Rio, Brazil
Oi, eu sou um ilustre desconhecido da mídia náutica, não dei nenhuma volta ao mundo, o máximo que já fiz foi navegar umas 400 milhas entre o Rio e Ilha Bela e arredores num Veleiro pequeno. Minha intenção é facilitar o entendimento da navegação para todo aquele que suba à bordo de qualquer embarcação. Este é o primeiro passo antes de entrar em um Curso de Navegação antes de se submeter às provas da Capitania para Habilitação de Amador. Portanto, se você quer aprender algumas coisas sobre navegação de maneira simples, ou vez por outra cambar pra bombordo em alguma tentativa de poesia: Seja Bem Vindo à Bordo!!! elmoromao@gmail.com

10/05/2012

Medindo Ângulos - quem não tem cão caça como gato

Como diz o ditado: "Quem não tem cão, caça como gato", ou seja: se vira com o que tem!
É bastante comum alguns Comandantes não terem Sextante a bordo, só aqueles que efetivamente se vão por esses, e aqueles, mares afora; eu não tenho, afinal desembolsar uns 5 mil Reais não é investimento pra quem quer somente treinar numa viagem do Rio pra Angra, mas mesmo numa viagem curta desta é interessante ir plotando as marcações fazendo uma navegação estimada.. algo do tipo:
1- De onde estou navegando vejo 2 ilhas que fazem um ângulo de 30 graus com o meu barco, ou
2-  Avisto um farol que na carta náutica possui 10 metros de altura, na distância esta altura aparece com uma angulação de 10 graus em relação ao nível do mar
Como fazer isto sem um Sextante?
Há algum tempo eu vi um filme, baseado em fatos reais, de um piloto de um monomotor que teve seu equipamento de navegação avariado quando ele fazia uma navegação noturna sobre o mar, o único contato externo que ele dispunha era um VHF, cujo alcançe é limitado (tipicamente 20 milhas). Ao amanhecer ele conseguiu contato com um avião de carreira que teoricamente estava também na mesma área em que ele, mas o contato visual era impossível.

Na conversa entre os 2 pilotos o Comandante da avião de carreira disse que iria largar uma fumaça de forma que o monomotor pudesse ver e aí seguiria o avião até o aeroporto. A tentativa foi em vão, os 2 aviões estavam muito distante um do outro, mas ambos não sabiam disso, o comandante do avião de carreira, macaco velho, disse ao monomotor que ia baixar de altitude e fazer um enorme traço de fumaça no sentido norte-sul; de nada adiantou, eles não se viam; o comandante do avião de carreira resolve participar aos passageiros que iria arasar a chegada ao aeroporto, pois havia uma emergência e ele era o único elo entre a vida e a morte daquele piloto no monomotor, então ele faz mais outra tentativa de jogar fumaça no ar combinando que ambos os aviões deveriam se dirigir pra leste e baixar mais ainda a altitude, o que fazia com que o combustível fosse acabando além da conta que o J.Carlos (meu amigo Engenheiro de Vôo) calculara; ambos estavam no limite.

A situação fica quase insustentável na tentativa de orientar o piloto do monomotor até o comandante do avião de carreira se dá conta de um detalhe: o monomotor pode não estar me vendo porque está na minha frente, então pra ter certeza ele pede ao piloto do monomotor pra dizer qual é o ângulo em que ele vô o sol, e aí descobre que o monomotor está vendo o sol num ângulo menor que o avião de carreira. Como ele fez isso? 
Com a mão!!!

Usando somente as mão e os braços esticados podemos medir ângulos e ter uma idéia bem grosseira de onde estamos, mesmo que você seja alto ou baixo o corpo humano mantém uma proporção entre o tamanho da mão e o comprimento do braço.

Basta esticar o braço e medir o ângulo usando os dedos, ou o punho; por exemplo:
o símbolo dos metaleiros que é feito dom a mão fechada e somente o dedo indicador e o mínimo aberto mede 15 graus. veja a figura que ajuda bastante... 


Da próxima vez que for navegar use este método pra tua navegação estimada, além de fazer um sucesso danado entre a tripulação é a alternativa pra quem não tem cão... caça COMO gato, ou seja, com a mão!!!! rsrsrsrsrs!!!
Abraço Grande!!!