Quem sou eu

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Rio, Brazil
Oi, eu sou um ilustre desconhecido da mídia náutica, não dei nenhuma volta ao mundo, o máximo que já fiz foi navegar umas 400 milhas entre o Rio e Ilha Bela e arredores num Veleiro pequeno. Minha intenção é facilitar o entendimento da navegação para todo aquele que suba à bordo de qualquer embarcação. Este é o primeiro passo antes de entrar em um Curso de Navegação antes de se submeter às provas da Capitania para Habilitação de Amador. Portanto, se você quer aprender algumas coisas sobre navegação de maneira simples, ou vez por outra cambar pra bombordo em alguma tentativa de poesia: Seja Bem Vindo à Bordo!!! elmoromao@gmail.com

30/12/2013

Barquinho - Bote ou Veleiro??

Olá!
Pra fechar o ano com assunto de vela e um pouco de Faça Você Mesmo sem aquele mistério (ou seria medo?) de ter que ser Engenheiro Naval pra construir qualquer coisa. Seguramente muita gente já viu por aí na web ou mesmo na página do Cabinho. estava pesquisando sobre o Samoa 29 e entrei na na página do YachtDesign (a grafia é invertida com relação ao senso comum); a página mostra uma proposta de barco que foi desenhada para ser transportado no convés do Multichine 28, portanto pequeno; 

A concepção do barquinho-bote é também para servir de opção manobrável e com propulsão em caso de abandono, pois possui uma vela, bolina e leme.... o que me deu uma ideia de usar também como uma veleiro para recreação, já que cabe 2 pessoas (200 kg) e é insubmersível.

Só pra constar: não sou garoto propaganda do escritório e nem ganho nada com isso, mas o projeto é gratuito e simples de executar; esta foi a qualidade que me encantou, pois não sou muito habilidoso e paciente nestas artes manuais... eu baixei o arquivo construtivo e dei uma analisada e resolvi fazer um protótipo pra ver se daria certo, fiz de cartolina de dupla espessura e ficou tão interessante que já me animei de construir um (quem sabe 2?) com a proposta de bater uma regatinha com meu neto... (quem diria? eu correndo regata...rsrsrs!)

ficou bem tosco o modelo reduzido, fiz só o básico pra ver como se encaixavam as peças; é realmente muito simples o casco tem 2 pranchas que se encaixam ao fundo, popa e proa quadrados, lembram o optmist, pelas fotos que vi na web me parece ter uma ótima estabilidade e uma estupenda flutuabilidade. vejam o modelito, mas não ria muito tá?



olha ele mostrando a área vélica toda:


Observe que as chapas (Cabinho e EngNavais, desculpem se o termo não é esse...) são costuradas para dar forma ao casco, é claro que depois elas serão resinadas e aplicadas fibra para dar estanqueidade e resistência.

nesta foto aqui dá ver com mais detalhes (de como ficou tosco...rsrsrsr!!!):










Teve um detalhe na montagem inicial que eu errei e tive que desfazer; refere-se à chapa de baixo perto do fundo; no desenho do projeto há uma clara definição de que parte é voltada pra proa e que parte é voltada pra popa, porém a parte mais afilada (que aparece voltada pra baixo ao olhar o documento)  é voltada pro fundo e não pra cima ao se costurar o casco com o bordo inferior, veja o detalhe aqui embaixo onde a curva superior fica pra cima em relação ao fundo do barco):




Continuei pesquisando no site sobre as etapas da construção e achei um link animado que vai te ajudar a "ver" o como é construído e será bem útil: http://www.yachtdesign.com.br/01_portugues/noticias/pt_destaque_57.html

Depois  de visitar o gif animado no site do Cabinho fiz um condensado das imagens via método mais sofisticado da tecnologia: "control C" e colei aqui pra facilitar a visualização detalhada, pois o gif passa muito rápido..
tá aki: 
 



Espero que gostem como eu!
Abraço Grande!!!! e um Feliz 2014 pra todos nós!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!

03/11/2013

Extintores de Incêndio a Bordo - Quantos São Necessários??

 Continuando no tópico NORMAM vamos trazer o que define a lei na dotação de extintores; a NORMAM 3 por si só já esclarece o tema. Observe que a dotação se refere apenas ao tamanho do barco, assim vou colocar aqui quase a íntegra do texto.

Apesar de barcos menores que 8 metros e com tanque de combustível menor que 27 litros NÃO necessitarem de extintores, eu não recomendo não tê-los a bordo; eu costumo ter NA VALIDADE o que a regra recomenda mas mantenho a bordo também os extintores vencidos (com marcador na faixa verde, senão de nada serve). 

Não vou me estender na classificação do extintor e aquelas coisas de A, B e C, mas só por curiosidade, o número refere-se ao "Tamanho' do fogo; na prática você  vai chegar na loja e comprar um B1 ou B2...

Curiosidade: 
- Extintores com o marcador de pressão no vermelho também são úteis, desde que sejam de pó químico; você pode desatarraxar o punho e jogar o pó diretamente no fogo, já que não vai dar pra jatear porque falta pressão.


Vamos ao que diz a NORMAM 3 no item 0438:

0438 - DOTAÇÃO DE EXTINTORES DE INCÊNDIO
Embarcação com propulsão a motor e com comprimento inferior a 8 m.
Quantidade
Tipo
Próximo ao motor
01
B-1 (*) (**)


(*) Embarcações com tanque de combustível portátil com capacidade até 27 litros
estão dispensadas.
(**) Alternativamente poderão ser utilizados extintores com capacidade
extintora mínima 5-B:C ou 1-A:5-B:C.
        nota minha: estranho o "alternativamente' da NORMAM que está muito maior que um extintor B1

 Nossos tradicionais barcos maiores ou iguais a 25 pés e menores que 12 metros

Embarcação com comprimento igual ou superior a 8 m e inferior a12 m.
Quantidade
Tipo
Próximo ao motor
02
B-1 (*) (**)
Comando
01
B-1 (**)

(*) Embarcações com tanque de combustível portátil com capacidade de até 27 litros
poderão dotar próximo ao motor apenas 1 extintor tipo B-1;
(**) Alternativamente poderão ser utilizados extintores com capacidade extintora
mínima 10-B:C ou 1-A:10B:C.
           nota minha: 
                                       extintor C1 de 1 Kg equivale a um de Co2 de 4 Kg
                                      aqui NÃO se menciona que podemos substituir 2 extintores B1 por um único B2,                                         portanto temos que ter 2 B1 se o barco tiver motor de centro ou tanque combustível                                    fixo ou maior que 27 litros


Embarcação com comprimento igual ou superior a 12 m e inferior a 24 m
Quantidade
Tipo
Proximidades do compartimento de máquinas
02
B-1 (*)
Comando
01
B- 1(***)
Cozinha
01
B-1(***)
Acomodações
1 em cada corredor principal em cada
convés, adequadamente localizado de forma que nenhum espaço esteja a mais de 20m de um extintor
B-1 ou C-1 (**) (***)

(*) Embarcações cuja propulsão principal seja a vela poderão substituir
os dois extintores B-1 por um B-2.
(**) Embarcações cuja propulsão principal seja a vela estão dispensadas.
(***) Alternativamente poderão ser utilizados extintores com capacidade
extintora mínima 10-B:C ou 1-A:10B:C.

Tabela de Equivalência de Extintores:



 como se lê: 1 extintor de 1 Kg de pó químico equivale a 
                    1 de Co2 de 4 Kg ou 
                    1 extintor de 9 litros de espuma
                     mas para um mesmo tipo de fogo que está grafado como CLASSE


É isso pessoal, espero que tenha ficado claro

Abraço Grande!!!



19/10/2013

O que é a NORMAM??

Ufa!
Quanto tempo que não tinto a tela branca com alguma coisa de barco... é mais uma questão de cabeça ocupada do que tempo mesmo... mas  estamos de volta!
Hoje quero ver se dou um mergulho nas generalidades do mundo fora d’água, mas que são necessários para você se manter “legal”, ou seja: com a Habilitação adequada  e com a documentação do barco também; assim daremos uma passeada pelas normas da Diretoria de Portos e Costas DPC e veremos um pouco de NORMAM, que são as Normas da Autoridade Marítima que são especificações com força de lei para regular tudo a que se refere às atividades aquaviárias. 

Existem cerca de 30 NORMAM, cada uma cuidando de um determinado assunto, por exemplo: a NOMAM 23 trata sobre a proibição do uso de estanho como biocida (TBT – tributil estanho) nos compostos anti-incrustantes (anti-fouling) por ser o “...principal causador do desenvolvimento de caracteres masculinos (imposex) em fêmeas de diversas espécies de gastrópodes. O desenvolvimento do imposex – síndrome de desregulação endócrina – pode esterilizar os organismos contaminados, impedindo a reprodução e até mesmo levá-los à morte. Esta síndrome já foi descrita em mais de cem espécies de gastrópodes marinhos em todo o mundo. Em mamíferos marinhos, como os golfinhos, já foram constatados danos no fígado, em decorrência da ingestão de organismos com compostos orgânicos”. O texto anterior foi retirado na íntegra da NORMAM 23. Nela encontramos também a obrigatoriedade de um certificado garantindo que os nossos anti fouling não contenham TBT, “...as embarcações de esporte e recreio, bem como as demais embarcações não sujeitas a vistorias pela NORMAM-01/DPC, que possuam comprimento inferior a 24 metros, com exceção das embarcações miúdas, devem portar “Declaração sobre Sistema Antiincrustante” assinada pelo Armador ou Proprietário da embarcação”.

Há uma diversidade de temas distribuídos entre as 30 NORMAM, entre eles existe um que trata sobre a Habilitação, é ela que regula e define as nossas habilitações de Amador, olhe aqui a nossa classificação na íntegra:
“Amador é todo aquele com habilitação certificada pelo Representante da Autoridade Marítima para operar embarcações de esporte e/ou recreio, em caráter não profissional.
                         São distribuídos pelas seguintes categorias:
CATEGORIA
SIGLA
Capitão-Amador
CPA
Mestre-Amador
MSA
Arrais-Amador
ARA
Motonauta

                    MTA

Veleiro
VLA

Os amadores serão habilitados por meio da Carteira de Habilitação de Amador (CHA) e serão cadastrados no Sistema Informatizado de Cadastro do Pessoal Amador (SISAMA), nas seguintes categorias: 
Capitão-Amador - apto para conduzir embarcações entre portos nacionais e estrangeiros, sem limite de afastamento da costa.
Mestre-Amador - apto para conduzir embarcações entre portos nacionais e estrangeiros nos limites da navegação costeira.
Arrais-Amador - apto para conduzir embarcações nos limites da navegação interior.
Motonauta - apto para conduzir JET-SKI nos limites da navegação interior.
Veleiro - apto para conduzir embarcações a vela sem propulsão a motor, nos limites da navegação interior.”

Observe que um Arrais-Amador pode conduzir qualquer embarcação de esporte/recreio de uso não profissional, portanto NÃO menciona o tamanho do barco, porém deve permanecer em águas ABRIGADAS que podem ser de 2 tipos a depender da Capitania, veja abaixo.


“Navegação Interior 1 - a realizada em águas consideradas abrigadas, tais como hidrovias interiores, lagos, lagoas, baías, angras, rios, canais e áreas marítimas, onde normalmente não sejam verificadas ondas com alturas significativas e que não apresentem dificuldades ao tráfego das embarcações (arrais amador, veleiro e motonauta).
Navegação Interior 2 – “mesma definição da área 1” e/ou combinações adversas de agentes ambientais, tais como vento, correnteza ou maré que apresentem dificuldades ao tráfego das embarcações (arrais amador, veleiro e motonauta).
Navegação Costeira - aquela realizada entre portos nacionais e estrangeiros dentro do limite da visibilidade da costa, não excedendo a 20 milhas náuticas (mestre amador);
Navegação Oceânica - também definida como sem limites (SL), isto é, aquela realizada entre portos nacionais e estrangeiros fora dos limites de visibilidade da costa...”

a área abrigada 2 é definida pela NPCP, norma da Capitania dos Portos-RJ, veja como é extensa:



Dessas definições podemos concluir que se você for Mestre Amador é possível legalmente ir até o Chile, desde que não ultrapasse as 20 milhas, que normalmente é o limite do alcance teórico do rádio VHF.

Na semana que vem vamos continuar a explorar mais um pouco  a NORMAM 3, nela está contida muitas normas que regulam a navegação amadora; só pelo título dela dá pra perceber que existe muita matéria à respeito de nós e nossos barcos:  Amadores, Embarcações de Esporte e/ou Recreio e para Cadastramento e Funcionamento das Marinas, Clubes e Entidades Desportivas Náuticas


 Abraço Grande!!!

29/08/2013

O que é um Barco?

Descrevendo um Barco
Barco é um substantivo diferente, a princípio, tudo é barco, basta boiar e sair flutuando por aí que já merece  a designação: Barco.
Existem “trocentos” nomes diferentes para cada tipo; para cada tipo de embarcação... e aqui já apareceu outro nome... ou seja: no frigir de qualquer ovo tudo é embarcação, o que dá no mesmo se chamar de barco (como diz um amigo: há quem discorde), não se preocupe: escrever alguma coisa, seja lá o que for, há quem concorde e há quem discorde, afinal nem a ciência é unânime nas teses, é só ver a questão do ovo; antes era o vilão do colesterol, hoje se diz que é bom comer vez por outra... daqui a pouco se descobre uma outra substância complicada (uma  tal de fenil-amil-dimetano-eteno ou algo que a valha) e lá se vai ovo de novo se fantasiar de vilão. Pois é! a ciência e as pessoas são assim, mas que bom!

Então começa assim: no princípio era o barco, depois a matemática, ou seria a engenharia naval? O transformou em embarcação... segundo o dicionário Asdrubal Salomé (acabei de inventar) existem 3 tipos de embarcação:
1- Navio
2- Veleiro
3- Lancha

Pra você entender melhor vou explicar:
1- Navio é uma maquinária gigantesca (que a gente foge deles) feita de ferro que a gente jura que não vai boiar – que é a condição “sine qua non” pra ser embarcação
2- Veleiro é uma embarcação movida pelo vento que a gente jura que nunca vai chegar no destino (às vezes não chega mesmo, a gente desiste antes ou vai pra outro lugar, principalmente aqui no rio onde os ventos são fracos e indecisos)
3- E Lancha é menor que um navio mas que chega em qualquer lugar rapidinho dando pancada em qualquer ondinha que levanta a 1 palmo da horizontal fazendo um estardalhaço danado no mar (na realidade a gente vai fazendo aquela dança de cabeça dos rocks pesados, pra cima e pra baixo)

No fundo sempre queremos chegar logo, afinal além de inventarmos a roda colocamos nela um motor... depois inserimos uma asa... de tanta pressa opto pelo vento, em silêncio, sem motor e sem casco dando pancadas por aí, mas confesso: demoraaa... mas no fundo é a manifestação da Arte, a arte da paciência e da sabedoria o que dá no mesmo. No fundo tudo é barco! Que aos poucos descreve um arco, e evita atracar no cais (já disse o poeta), afinal barco não foi feito pra ficar no cais, já disse um amigo na assinatura de seu email...


É isso, barco é tão bom, tão bom que mesmo não estando nele é bonito de se ver...

05/07/2013

O Caso da Mochila e a Estagiária

Oi
Lembra que falamos de acampamentos, de barraca e o que levar? Falei de mochila e fiquei de contar um episódio sobre mochila e a Estagiária...
Certa vez estava indo acampar em Parnaioca na Ilha Grande, parti de Provetá com uma mochila cargueira, barraca e uma penca de garrafas de vinho... eitcha travessia danada de ruim, não pela travessia, mas pelo peso... eitcha burro de carga!!! rsrs!

Eu trabalho com engenharia na época tínhamos uma Estagiária, que depois fez Mestrado e acabou deixando a empresa, garota nova cheia de ideias e focada em desenvolvimento; mas naquela época eu nem pensava que pudesse encontrá-la literalmente no meio do mato com uma galera que também vinha caminhando do Abrão com destino a Aventureiro, eles iriam dar a volta na ilha, que aliás é um belo passeio, cansativo, reconheço. No meio da trilha em meio à galera dou de cara com ela, surpresa para os dois! foi muito engraçado, acostumados ao tratamento profissional dar de cara no meio do mato e em trajes nada formais e toda arranhada de "arranha gato" é bastante curioso, senão hilário! rsrs!

Ela estava simplesmente exausta e na beira de um ataque de perereca - a mochila estava acabando com ela, coluna em pandareco e ombros em frangalhos... reclamaou pra daná da mochila... dei uma olhada e era de uma marca conceituada, não poderia ser tão ruim assim... e aí observando com mais detalhe, já que ela não tirou a mochila das costas porque o tempo era curto pra se deslocar durante o dia; dei umas dicas pra ela e cada um seguiu seu caminho...

De volta ao trabalho nos encontramos e ela me agradeceu bastante porque eu "salvei' a aventura dela com as dicas de regulagem da mochila, além, é claro, do espanto do encontro inusitado!

A mochila é o equipamento no qual você deve investir mais grana se você se dispuser a fazer caminhadas longas, mas usar mochila exige algumas técnicas, como por exemplo o básico: o peso da mochila NÃO deve ficar no seu ombro e sim na parte mais baixa do centro de gravidade de seu corpo, senão qualquer tropeção você cai, e cai feio! Ou seja: 

1- o peso da mochila deve ficar na CINTURA, para isto a mochila possui um acolchoado que prende na cintura; a alça do ombro deve receber o menor peso possível e só serve para equilibrar a mochila

2- a mochila deve ficar o mais possível em contato com suas costas, quase fazendo parte de seu próprio corpo, para isto existem umas fitas - ou cordeletes- que são puxados na parte de cima que fazem a mochila se curvar sobre suas costas

3- a parte superior da mochila não pode ficar sacudindo enquanto andas, senão vai acabar esfolando o ombro e arrebentando sua lombar - é importante também que não concentre o peso na parte de cima, este deve estar o mais próximo da cintura

4- a alça que vai ao ombro possui regulagem de altura no corpo da mochila, esta regulagem não deve ficar muito baixa, senão a mochila sacode, e também não pode ser muito alta senão a alça do ombro ficará muito solta e vai atritar um ossinho (que obviamente não sei o nome) e vai ficar bem vermelho de esfoladura

5- mantenha a alça do ombro levemente tracionada com o peso e não com todo o peso da mochila, pois do contrário você poderá sentir dormência nos braços à medida que caminha

Viu como pra tudo existe uma técnica mais eficiente?
É isso! 
Abração!!!              
                   
                
            

20/06/2013

Acampamento - O que Levar??

Olá!!
Falamos sobre onde acampar, qual a barraca ideal para o que você pretende (lembra do DEPENDE????) agora vamos falar sobre o que levar num acampamento, sinto muito, mas vamos de novo na palavra que você já conhece: DEPENDE... 
Mas não desanime, Existem diversos depende, mas tem alguns: DEVE!!
Deve significa que você tem que levar obrigatoriamente se quiser ter um acampamento tranquilo , vou começar pelos depende...
  • depende do lugar onde você vai
  • depende de quanto tempo você vai ficar
  • depende se você quer ou não cozinhar no acampamento
  • depende de como é o hábito alimentar de cada um... sorvete pode não ser uma boa opção de levar... kkkkkk!!!
A depender de cada um desses DEPENDE você vai optar por uma estratégia pra deixar todos os teus convidados bem à vontade, e isso é regra, afinal você é o cara que fez aquele curso na Sibéria, só de sunga com o MC Gaiver (acho que não é assim que se escrevee e a depender da tua idade nem conheces o cara)... O que levar pro acampamento vai depender de cada um daqueles itens que falei antes, pois vai depender do tipo de exigência que você tem, ou seja: acampar por 1 dia pensando que você vai fazer uma pizza à noite na barraca pode se transformar numa frustração... você vai levar um forninho elétrico??? Até pode, dependendo do camping, e obviamente se você vai levar tudo nas costas até lá... Às vezes é possível, eu já acampei à pé e levei 4 garrafas de vinho e outros apetrechos caminhando mais de 4 horas na Ilha Grande, é claro que a minha mochila era quase profissional (podemos falar disso também daqui a pouco, aliás tem uma história ótima sobre minha Estagiária de engenharia, conto já).

Pra você responder essa montanha de depende tens que pensar antes no fator COMO, pergunte a você mesmo:
  • como fazer pra levar as coisas? entenda-se: comida e outros apetrechos
  • como fazer pra fazer a comida quando estiver lá?
Este "como" implica em pensar no fogareiro, nas panelas, no tipo de comida - principalmente isso - (eu odeio acampar e comer miojo e salsicha), pratos, talheres, se serão descartáveis ou não, se tem onde lavar... obviamente que você não vai levar prato de vidro né? Mas também DEPENDE.... risos!!!

Observe uma coisa curiosa aqui: alguns poderão pensar que isso é uma trabalheira danada, pois eu só destaco os problemas... mas pense: se você não pensar nos detalhes correrá o risco de NUNCA mais ninguém querer acampar contigo, o que é uma pena, portanto, a coisa mais importante é o planejamento e a diversão de fazer uma coisa diferente e agradável; se você não planejar bem, a frustração será coletiva, incluindo você, a ideia aqui não é desestimular, ao contrário, pessoas sempre têm histórias pra contar e devem tê-las, do contrário não viveram! Portanto, aqui é o lugar de você começar a construir as suas histórias, e que sejam bonitas e sempre engraçadas, "in advance": kkkk!!!!

Vou continuar no DEPENDE e falar das minhas experiências. Nos meus acampamentos já levei feijoada e até mocotó (adoro mocotó), nunca levei salsicha (detesto salsicha), mas já levei miojo (detesto miojo), é prático e rápido, mas sempre pra uma emergência, ou quando estiver chegando cançado - o que já me aconteceu diversas vezes no tempo de montanhismo, mas isso é outra história que um dia eu conto aqui.

Uma pergunta: como levar feijoada pra um acampamento? Vais ficar no sol cozinhando feijão na panela de pressão (que pesa pra daná)? Se você estiver em baixo de uma sombra de uma árvore.... pode ser... mas se você levar congelado e dividido em porções poderá comer uma feijoada por 2 dias...
E um peixinho frito? Você trouxe óleo? Sim? então que tal uma vara de pescar?

Dicas:
  1. leve coisas já quase prontas para os 2 primeiros dias, coisas do tipo: um arroz quase cozido, ou a feijoada congelada se preferir...
  2. uns sandubas já feitos e embrulhados no papel alumínio pra caminhada até o local, frutas são ótimas também - lembrando que devem ficar de preferência fora da barraca por causa do calor
  3. o caminho tem água potável? então economize peso nas tuas costas
  4. não gostas de miojo? mas leve o miojo e um molho congelado e jogue fora aquele envelope que vem dentro do pacote... é o puro: fenil amil dimetil isopropropil dimetano-eteno3,  é melhor comer a embalagem...kkk!!!
  5. na caminhada, se houver, um grão sempre cai bem (castanha do pará?)
Finalmente...
  1. arroz e macarrão é de praxe, mas leve um molho pronto daqueles pomarola tradicional, em embalagem molinha que se acomoda bem na mochila e não pesa, cuidado que se apertado... xiiii...
  2. se tiver acesso a alimento desidratado será ótimo! Imagine: shitake, cebola, salsa, alho; um bacalhau cai muito bem se você gosta dele no susto, pouco cozido, carne seca também rola
  3. ovo cozido, um salaminho, queijo amarelo, uma lata de atum e legumes
Lembrando o que é fundamental: comidas mais elaboradas deixe-as pra quando for acampar por períodos mais longos, se vc vai acampar por 2 dias não vais querer perder tempo dessalgando uma carne seca ou um bacalhau....                     
 Vou falar da mochila no outro post, a informação técnica é breve e a história da minha Estagiária é engraçada (um pouco).
Nos vemos no teclado!! kkkkk!!!!!
Abraço Grande!!!
                                              



                       
                



10/06/2013

Acampar e a Barraca

Oi!
No tópico anterior falamos do quanto acampar pode ser bom, e às vezes necessário, lá o nosso foco era o local, os cuidados, o ambiente do entorno...
Agora vamos falar da sua entidade: a Barraca!!! 

Pra quem quer fazer uma leitura dinâmica do texto vou facilitar as coisas, vou colocar as palavras chaves  em maiúscula para entendimento do que uma barraca deve ser, ou ter.
No meu entendimento a barraca é responsável por 20% do sucesso do acampamento, e não mais do que isso! Afinal passamos menos que 1/3 do tempo dormindo e o conforto não é diretamente proporcional ao preço da barraca, pois dormimos literalmente no chão e a barraca é somente teto e parede, e o conforto depende mais de ONDE você monta sua barraca do que dela propriamente, só pra lembrar: montar a barraca em chão pedregoso pode ser um desconforto pras costelas.... rsrsrs! Mas qual a barraca boa?

Vocês ja´experimentaram perguntar qualquer coisa pra algum especialista seja ele qual for? a resposta invariavelmente deve ser: DEPENDE... só pra esclarecer: não sou especialista em nada viu?!

Por que depende??! Ora! Depende de ONDE você vai acampar, simples assim! Já falei disso antes... Explicando: tem barracas de R$100 até mais de 1.000... Onde você vai? Pra base na antártica?... vais precisar de uma barraca que aguente ventos enormes, que tenha bom isolamento térmico e que seja aerodinâmica.... senão voa!!!! 

Mas vou me ater ao nosso clima e local onde não se precisa caminhar muito pra se chegar no lugar, senão a barraca precisa ser LEVE; neste contexto a tua barraca deve ter necessariamente uma coisa: SOBRE-TETO; que é um telhado acima da laje da casinha; já pensou porque as pessoas fazem casas de laje e ainda põem um telhado acima? Por 2 motivos: se chover não molha a laje e não dá infiltração, e porque (e mais importante) não esquenta muito ( casa de laje esquenta muito mais do que se tivesse um telhado em cima). O sobre-teto faz um isolamento térmico porque permite que o calor não se propague diretamente pra baixo na barraca e ainda permite que uma brisa circule entre o teto de baixo da barraca (normalmente mais fino) e o teto propriamente dito.
Isto é uma sem sobre-teto... ou seria um capuz?

O sobre-teto deve necessariamente ir do teto ao chão, senão a chuva ao cair no chão vai ensopar a parede da barraca e se você estiver encostado nela (sujeito daquele tipo que rola pra lá e pra cá na cama) vais ficar ensopado também.
 Esta é uma com sobre-teto curto

A barraca deve ter uma porta de TELA tipo mosquiteiro com uma porta "fechada", sabes porque? Se tiver calor deixe somente a porta de tela, pois o sobre teto é importante no isolamento do sol direto e não do calor do ar, e a porta de tela permitirá que uma brisa circule... e se fizer frio, feche a porta. Sempre uso dormir com os pés voltado pra porta da barraca, em caso de frio você não vai expor a parte mais importante do corpo ao frio (a cabeça) e em caso de segurança permite que você dê um pontapé em qualquer coisa estranha que ocorra - cuidado só com teu filho entrando de noite após fazer um xixi...rs!
Esta é COM sobre-teto e ainda tem uma tela, mas pode ser que não tenha porta, o que será um problema na chuva, vais molhar os pés... Outro ponto é que o sobre-teto não protege a entrada da barraca, pois é muito pequeno, é preciso que ela tenha um "avancê" seria algo similar a uma varanda.... rs

Tem também os bangalôs que são aquelas barracas com quarto, sala, vaga na garagem..... não ria não, pois elas também têm sua aplicabilidade, imagine que você está de férias e vais ficar 3 semanas acampando com a família?
Pois é, este modelito é ótimo!!! Mas pense numa coisa: ela é bem pesada e bem volumosa....


No começo do texto falei sobre a responsabilidade da barraca em 20% do sucesso em função do fato de que é usada somente pra dormir, mas pense: a cama é o chão né?! portanto forre antes com uma camada de folha (de amendoeira seca de preferência) e coloque um plástico para isolar da umidade do solo - lembrando que quanto mais perto da água, ou mais na parte de baixo do terreno, mais úmido estará o chão.

Outro ponto importante é QUEM vai acampar contigo; já fiz acampamento levando meus pais e minhas tias; portanto o fator ALTURA da barraca é importante, você imagina sua vó entrando de gatinho numa barraca pra dormir? Use um bangalô daqueles com vaga na garagem.... eu tive uma dessas. Existem barracas que possuem altura somente para teu corpo de lado por premissas de peso e resistência ao vento; lembre-se sempre de quem vai estar na barraca, se você tiver um bebê prefira um modelo que dê pra você ficar pelo menos sentado sem encostar a cabeça no teto interno.

Eu tenho um filho que é especialista em rolar, rolar, sentar e deitar de novo... ou seja, ele ocupa todos os espaços disponíveis e às vezes os disponíveis fora da cama... rola prá lá, rola prá cá... Tenho também uma filha que é especialista: gira as pernas num golpe mortal de capoeira... advinha onde acerta?
Assim ao escolher tua barraca prefira uma que tenha pelo menos 1 pessoa a mais na ocupação, ou seja: o TAMANHO da barraca deve caber vocês com alguma folga pros "roladores' e capoeiristas e ainda deves contar com mais uma variável, onde colocar as coisas como mochila, apeterechos de cozinha, sapatos, roupas e etc... a menos que seja seguro deixar as coisas do lado de fora; o que poderá molhar... lembrando só mais uma coisa importantíssima: sempre bata teus sapatos antes de calçá-lo pela manhã, pois podem haver bichos peçonhentos dentro, ou simplesmente areia se tuas coisas ficam do lado de fora sem a proteção da tela ou da barraca como um todo...

Só mais 1 detalhe: antes de comprar compare a resistência do tecido do teto à água, prefira os modelos que possuam o maior número de COLUNA DÁGUA; o que significa que ela não vai ficar gotejando na tua cabeça quando estiveres dormindo, prefira as que tem mais de 900 milímetros de coluna dágua.

Rapidamente demos um passeio pelas coisas mais importantes na escolha da barraca, vamos falar depois sobre o que levar... mas já enchi muito a paciência de vocês...
Grande abraço e Abraço Grande!!!










           
                 

31/05/2013

Às vezes a tripulação não tem lugar pra pernoite no barco, o que fazer?

Vez por outra saímos numa travessia pra passar alguns dias a bordo e nem sempre nosso barco oferece conforto adequado a todos os tripulantes, como é o caso do meu... normalmente durmo no chão, pois: balança menos, tem espaço de sobra e não dá pra cair, afinal do chão não passa né?!
Por uma questão de conforto e também de privacidade a tripulação às vezes prefere ir pra terra, o que nem sempre significa ir pra um hotel - não vai porque pode não existir um hotel, ou - o mais importante - pode não ter suficiente dindin (o que é mais comum), neste caso a alternativa é lançar mão de uma barraca e acampar; o que é muitíssimo divertido, desde que você siga alguma regras.... 

Como sou um enjoado montanhista (ou era), quer dizer: era montanhista (há tempos que não escalo) mas continuo enjoado, vou dar algumas dicas que aprendi no tempo de montanha; mas antes disso deixa-me falar algumas coisas sobre acampar. Muitas pessoas torcem o nariz sobre o tema, com algum asco porque atribuem como regra alguns desconfortos típicos de pessoas que não sabem escolher o lugar de montar a barraca, ou mesmo escolher a barraca certa, o lugar certo e principalmente a orientação correta na montagem da barraca. Outro ponto é o lugar - no sentido mais amplo - que deve ter uma infraestrutura, afinal não se admite mais fazer coco no mato...rsrs! Como dizia o Jack, vamos por etapas (seria partes...);

Antes de começar a falar sobre o que fazer vou dizer o que NÃO fazer, para isto você precisa entender algumas coisas... dentre estas coisas você precisa saber quem é o público que você vai levar pra acampar, atenção mulheres, não é nada pessoal, pois conheço homens que tem verdadeira aversão a lugares que não possuem espelhos... calma... risos! Você precisa conhecer as pessoas, não conhecer do ponto de vistas se elas são isto ou aquilo, se só dormem com a TV ligada e no ar condicionado super gelado, mas principalmente se elas tem algum tipo de problema que poderá tornar sua viagem um outro problema... explico:
1- alguém tem alergia a ponto de ter que chamar um médico? insetos, bronquite, coluna... coisas de saúde (ou falta de) - isto é de suma importância!!
2- agora você pode pensar na falta da TV... existem pessoas que não vivem sem ela e são incapazes de fazer outras coisas pra se divertirem (fique certo, tais pessoas existem)
São somente 2 itens mesmo, os outros são pura questão de bom senso, veja só, na cidade você preenche o dia com coisas variadas (incluindo a TV), no campo, na mata, na praia, você preenche o dia curtindo o dia e deve fazer isso obrigatoriamente, pois o dia começa cedo, principalmente pelo fato de a barraca ficar incrivelmente quente e à noite é incrivelmente escuro (a depender do lugar), mas isso pode se transformar num evento ótimo se você souber os nomes de algumas constelações, pois o céu é impressionantemente lindo e limpo.

vou dividir o que sei em 2 tópicos: a barraca e o lugar, pois as pessoas é contigo mesmo... rsrs! Os risos é porque tem gente que não abre mão da TV nem pra ver a fosforescência da água à noite, que mais se parece com os fogos de Copacabana no réveillon ou pra descobrir que no céu a cada minuto somos bombardeados por meteoritos que parecem busca-pés em festa junina...

A fosforescência da água é causada por alguns organismos (um tipo de plancton?) que emitem luz, assim se você farfalhar a mão na água  vais ver coriscos brilhantes; em alguns lugares mesmo no maior negrume da noite se consegue ver o quebra mar. Nota: isto só é possível em lugares pouco poluídos, e este fenômeno se chama ARDENTIA, de barco é muito bonito ver a esteira faiscando. Vamos aos tópicos:

Escolhendo o Lugar:
1- O local deve ter uma infra, afinal um banheiro é sinal do ecologicamente correto e  um chuveiro de água quente anima qualquer descrente de que acampar pode ser divertido - existem diversos lugares assim, por incrível que pareça
2- o lugar de montar a barraca deve ser escolhido com cuidado. Observe alguns itens: a maré vai subir até a barraca? considere 2 fatores: a amplitude da maré (lembrando que no Maranhão a maré sobe a quase 6 metros ou mais) e a possibilidade de uma passagem de frente deixando a mar mais alto e até com ressaca. Considere que quanto mais perto do mar mais úmido estará o chão.
3- Qual é o regime de vento do lugar? Você pode consultar a Carta Piloto do mês em questão. esta informação é útil pra saber qual é a orientação que terá sua barraca pra receber o vento. Se o lugar é muito quente à noite (bem difícil à beira do mar) você pode deixar um ângulo para entrada de vento pela "porta" da barraca pra dar uma refrescada, mas lembrando que se ela (a barraca) não tiver uma saída pro vento corre-se orisco de virar um paraquedas e subir...
4- Fique longe das beiradas de rios, pois as nuvens lá em cima podem desabar um aguaceiro e você ficar ensopado com o aumento do nível do rio, ou acordar sobressaltado à noite porque algum animal foi beber água... a propósito: no Brasil NÃO tem leão, girafa, elefante e nem godzilla...
5- Monte a barraca debaixo de uma árvore, mas observe o chão, raízes não são boas companheiras em colchonete fino ao se deitar... mas não escolha um coqueiro, afinal cocos pesam bastante e aumentam de peso se considerar a aceleração da gravidade (Vf=raiz de 2GH é isso mesmo?)
6- Olhe o local, às vezes o local mais improvável mais perto da praia é melhor do que longe dela, observe a topologia do lugar, os níveis mais baixos partindo do mar, se existem pedras na frente da praia... Lembro de um episódio na Ilha Grande (praia Brava) onde montei a barraca bem perto do mar, ao contrário de outros tantos campistas, mas falo disso mais à frente.
7- Barracas são fixadas por pecinhas finas (um tipo vergalhão fino encurvado no alto) presas por cabinhos, chamam-se "espéques", portanto são muito difíceis de ficarem presos em chão de areia fina; prefira solo duro, se não for possível não os utilize, em seu lugar enterre pedras presas nos cabinhos que sustentam a barraca. Cave um buraco na areia - fundo, 2 palmos- prenda o cabinho e ajuste a barraca; considere que o vento poderá tirar a areia de cima da pedra enterrada. Não exagere, não é um penhasco, é uma pedra do tamanho da sua mão... a menos que sua barraca seja daquelas que tem sala, quarto, varanda, vaga na garagem....rsrs!
8- Mantenha sua barraca sempre fechada quando não estiver nela, se vc estiver por perto pode deixar aberta só com a proteção de tela (falo sobre isto no tópico: A Barraca)
9- Se possível monte sua barraca voltada pra leste de forma a acordar cedo com o nascer do dia, se você não sabe onde é o leste, olhe a carta náutica ou veja aqui mesmo alguns tópicos sobre isto...rsrsrs!!!
10- Nas praias sempre tem um monte de paus e restos de árvores que podem ser utilizados como uma pequena mesinha pra fazer comida e organizar as coisas do dia a dia, mas nunca deixe comida do lado de fora.. macacos são bichos bem danados no furto... guarás também. Nunca cozinhe fazendo buraco da areia pra fugir do vento, sempre cai areia no arroz...kkk!!!

Fiz questão de colocar somente 10 itens, o assunto dá margem prum papo de horas... mas preciso falar mais uma coisa: cuidado com fogareiros, no ambiente aberto e com sol pouco se vê a chama e você pode se queimar ou não ver que o fogo apagou, tenha sempre um Picrato de Butezin à mão.

Ah! já ia me esquecendo, vou falar da escolha do lugar lembrando um fato ocorrido na Praia Brava... estava com meus 2 filhos escolhendo um lugar pra montar a barraca (daquelas com vaga na garagem.... um trambolhão!) e escolhi um lugar bem perto da água; no local já haviam uns 10 ou 12 campistas, todos enfiados longe do mar e quase perto do paredão de mata que se erguia a poucos metros da linha dágua média preamar-baixamar. 
O lugar fora escolhido propositadamente, pois a praia Brava (que nome hein?!) era bem pequena e na beirada da água se via em nível mais baixo uma língua de assoreamento que se dividia para os 2 lados partindo do meio da praia (que não tinha mais do que 50 metros - eu acho); isto era devido a uma ilhota que ficava a menos de 30 metros da areia e não possuía mais do que 2 metros na flor dágua; o que fazia com que qualquer marulho ou ressaca fosse dividido ao meio empurrando o fluxo de água para as duas metades da praia. Não deu outra; todos vieram falar comigo sobre a proximidade da água... expliquei o raciocínio da escolha e não deu outra: depois de 4 ou 5 dias entrou uma ressaca que foi colher TODOS a mais de 30 metros da areia quase na encosta da montanha... resultado: passamos uns 2 dias com todas as mulheres e crianças dormindo no meu bangalô-trambolho, deviam ter mais de 10 pessoas, os marmanjos se viraram como puderam... tem outras histórias de como desentupir um lampião de camisinha (que é especialidade do meu filho) mas isto é outra história...

Vou falar sobre BARRACAS no próximo post, já aluguei vocês demais da conta...risos e risos!!!!
Grande Abraço e Abraço Grande!!!
Elmo









..rsrs!!!

                                           


06/05/2013

O Medo faz parte do Ser Humano

Ao contrário do que muita gente diz,  O Medo é o que nos mantêm vivos...
Se o homem lá nos idos tempos de seu surgimento fosse brabo e valentão, resolvendo tudo no braço, a humanidade não teria chegado até aqui, e olha que isso não é um tratado de covardia!!!

Quando eu escalava eu sempre lembro de um garotinho que estava na grade do pão de açucar quando eu estava chegando no topo do morro, ele me gritou: Oi moço! Você não tem medo?
E eu disse: tenho sim, aliás morro de medo e é por isso que eu consegui chegar até aqui, senão eu certamente teria caído... aí eu expliquei: quem não tem medo escala sem corda (em montanhismo chamamos corda e não cabo, viu?) e quem escala sem corda porque não medo acaba caindo... este episódio que nunca me esqueço mostra 2 coisas, primeiro o medo como elemento de nos manter vivos, e depois a capacidade de analisar a situação e tirar atitudes que nos mantêm vivos, neste caso a segurança de uma "cordada" costurada na pedra...

Depois da montanha passei ao mar, e velejando lembro de uma outra frase - esta eu não vivenciei - é da IZabel Pimentel (aquela brasileira - carioca? - que deu a volta ao mundo em solitário) ela disse que passaria uma temporada velejando em Portugual porque lá as ondas são maiores... por que ela fez isso? Vamos ver algumas vertentes do comportamento humano...

Pra entender o medo devemos analisar algumas coisas (que me perdõem os Pscicólogos mas é teoria minha):
1- o excesso de espírito de macho vez por outra nos colocam em apuros, e alguns podem ser fatais
2- O nosso cérebro é preguiçoso, e é por isso que ele às vezes nos engana deduzindo coisas que não existem na realidade. Quer um exemplo? veja uma série de sites de ilusionismo. Entã se você sempre veleja em águas tranquilas (feito baía da GB) e ao sair na boca da barra (que quase sempre tem ondas um pouco maior devido à profundidade variar bastante e já falamos disso em tópicos anteriores) o teu cérebro vai dizer: credo! que onda enorme!!!
3- o que o cérebro fez no item 2 foi só comparar com o padrão que ele estava acostumado na baía da GB... estamos sempre tentando achar um padrão normal para as coisas que nos ocorrem
4- Juntando o item 2+3 vamos chegar à brilhante iniciativa da Izabel: formatar um novo padrão de normalidade no tamanho da ondas que seja maior do que o experimentamos na baía... e obviamente adquirir experiência em mares diferentes... mais grossos...

O que isto significa? 
Significa que se estamos habituados a navegar em mares mais altos a nossa referência de aperto, ou de medo de altas ondas, estará bem mais alta do que quem está habituado a marolas na baía; é questão de referência; a tua referência de onda alta é muito mais alta do que a referência de quem está habituado a pequenas ondas. se você estáacostumados a mar grosso qualquer marola mais alta da baía será sempre uma marolinha...

Mas e daí?
Daí que:
1- Medo é normal e saudável
2- A adversidade nos eleva a um patamar mais alto e mais confortável com relação ao medo
3- Navegar em mares mais altos nos eleva a um patamar de conforto e segurança onde não teremos mais tantos medos, e o mais importante e que ainda não foi dito e que deve ser regra...
4- a ausência de medo jamais poderá singnificar significar a ausência de condições seguras!!!!!!!!!!!!!

Experimente isto, mas conheça o seu barco!! Conheça os seus limites na teoria, consultando seus dados técnicos de construção, tais como as curvas de adriçamento, flutuabilidade, curvas de vento e principalmente: conheça-o na prática: experimentando as condições de navegabilidade e as respostas ao teus comandos a bordo.

Episódio 1:
Quando eu comecei a velejar no meu Atoll 23 uma vez, logo no início, eu convidei meu amigo Gustavo pra me ensinar algumas coisas, e tava um ventão danado e o barco todo adernado; esse meu amigo uma certa hora entrou pra cabine e eu fiquei apavorado, pois tinha perdido um peso considerável na borda que iria mantê-lo equilibrado... ele olhou pra mim e disse: relaxa que esse barco não vira assim não... não virou. a partir daí passei a testar até onde poderia ir a cruzeta dentro dágua....  e me senti muito mais confortável

Episódio 2:
Quando estava chovendo e ventando muito com um mar de borrasca meu amigo Lauro sempre que podia ia pro mar pra experenciar barco e comandante; seu argumento era: se eu não treinar isso em condições controladas e saber exatamente onde o  barco pode ir,  na hora do aperto estarei realmente num aperto, então é melhor experimentar em condições mais controladas

Episódio 3:
Meu primo Luiz comprou um barco grande e foi velejar no meu com o mesmo intúito de aprender e aí eu fiz a mesma coisa que aprendi com o Gustavo, e disse pra ele: um dia você vai estar relaxado a bordo com um ventão danado e vai perceber que teu bordo de sotavento está dentro dágua e você nem vai se dar conta que tem medo, porque você aprendeu que essa condição é bastante normal no teu barco. Dito e feito, quando ele estava todo adernado e navegando sob controle se surpreendeu com a lembrança da frase...

É isso: experimente em ambiente controlado com condição adversa, você e sua tripulação só tem a ganhar, mesmo que vez por outra vocÊ DETERMINE: vamos voltar! Já fiz isso várias vezes escalando e velejando!!! rsrs!

Abraço Grande!!!